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  • Foto do escritorQuase Cinema

Atualizado: 25 de mai. de 2023

Outro passo importante em nossa investigação foi conhecer os quilombos de nossa região (Vale do Paraíba). Nos concentramos nos quilombos do litoral norte de São Paulo começando por Caçandoca, passando pela Casa de Farinha e também no Quilombo do Campinho em Paraty, um dos primeiros a receber oficialmente a titulação direto da mão do presidente. Pudemos aprofundar um pouco em toda a complexidade que envolve a titulação da terra e o reconhecimento daqueles que ali permaneceram. Descobrimos que todos esses quilombos que visitamos são de descendentes remanescentes, ou seja, daquelas fazendas que foram abandonadas pelo proprietário. talvez porque os primeiros donos ficaram velhos e seus descendentes não tinham interesse ou mesmo dinheiro em cuidar da terra. Muitas histórias, luta e resistência na procura não apenas de reconhecimento mas também de resgatar a própria origem, já que os negros que aqui chegaram foram-lhes roubadas suas memórias. Talvez o primeiro apagamento dentre muitos outros que viriam a seguir nessa trajetória dolorosa da diáspora africana.


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  • Foto do escritorQuase Cinema

Cavocando nossas histórias, fomos trás de nossos antepassados, descobri que minha bisavó paterna era provavelmente uma afro-indígena, aquele que na escola aprendemos pelo nome de cafuzo. Fizemos nossos exames de DNA, pra saber a gama da nossa miscigenação e de onde vieram nossos negros, pois esses registros foram paulatinamente apagados da história e da nossa memória. Triste história de travessia que mudou até rota de tubarões de uma costa (africana) a outra (americana).

Perceber esse projeto político de apagamento é muito doloroso. Qual o lugar do negro na atualidade, o que pensam os povos africanos hoje, e os descendentes diaspóricos? Questões que ficam borbulhando... e que ressoa não só em nós mas em muitos artistas e personalidades que de alguma forma tangem (ou focam) este tema em seus trabalhos artísticos e/ou filosóficos.


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  • Foto do escritorQuase Cinema

Atualizado: 26 de set. de 2023






Claro que sabíamos que não seria tarefa fácil, a poesia é forte, o terreno é espinhoso, porém é necessário falar sobre isso!


Enfim, depois de muito procurar recursos pra colocar a mão na massa, chegou o momento... fomos contemplados pelo ProAc do Governo do Estado de São Paulo.


Colocamos a roda pra girar e a cabeça pra funcionar de como iríamos organizar esse processo. Pois cada espetáculo é um filho diferente, se constrói de maneira própria de acordo com os diálogos entre os envolvidos e o estado pessoal no qual cada um se encontra, suas percepções, olhar, questões e todo o arcabouço de experiências que carregamos até o momento.


Nossas Parcerias


Desde a primeira versão deste projeto chamamos o Eugênio Lima, pois era um amigo de longa data e que tem um vasto conhecimento sobre a luta do povo preto. Nossa segunda certeza foi com outro superparceiro que fez a trilha sonora de nosso primeiro espetáculo "A Princesa de Bambuluá", o músico Mano Bap. Logo que recebemos a notícia da seleção falamos com eles pra que pudessem se organizar e nós também, pois estávamos no momento de retomar a vida social presencial e muitos projetos que ficaram de lado por conta da distanciamento estavam voltando a ser presencial. Por isso uma reorganização nas agendas foi necessária.

Começamos com encontros virtuais e 2 leituras propostas, pra pedir licença e começar adentrar nesse terreno:

1. "Discurso sobre a Negritude" de Aimé Césaire

2. "Afrotopia" de Felwine Sarr



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